Há dias venho pensando nesse post que faço hoje, mas faltava um plano de fundo ou um contexto para tal.
No último domingo, assisti a um filme muito legal que se chama "Meia-noite em Paris".
Nesse filme o grande destaque depois do enredo muito louco, ficou por conta da trilha sonora baseada no Jazz Francês, mais precisamente no Manouche ou Gypsy Jazz.
Esse formato de Jazz é bem comum e popular na França e nos países ibéricos, pelo fato de ter como principal influência a música cigana. É um jazz simples porém virtuoso, que tem múltiplas faces. Um dos seus principais divulgadores ou expoentes foi Django Reinhardt, que ainda no inicio do século passado visitou os EUA e influenciou muito os guitarristas da época de suas excursões para a terra do Tio Sam, um dos guitarristas mais influenciados foi Les Paul.
Deixando um pouco de lado essa contextualização histórica vamos a parte musical.
Nesse tipo de jazz a marcação é bem forte e a base da música conduz ritmicamente os arranjos e a música como um todo.
Já em relação aos solos, ele tem uma parte ritmica bem trabalhada e ousada, mas lança a mão de padrões comuns a todos os outros estilos, uso de escalas e arpejos.
No exemplo a seguir temos uma harmonia menor onde usamos bastante notas de passagem e V maior, remetendo a necessidade de usarmos a escala menor harmônica.
Harmonia do exemplo acima:
||: Am | Am | Dm | Dm | E7 | E7 | Am | Am | Dm | Dm | Am | Am | E7 | E7 | Am | Am :||
Transcrição do Solo:
Exemplo/Sugestão para base:
Audio do exemplo para base:
Qualquer dúvida é só deixar um comentário ou mandar um email para:
O intuito desse post é definir um norte e um caminho por
onde começar a improvisar. Enquanto não nos familiarizamos com o tema ou
enquanto não criamos motivos melódicos para improvisar, é comum ficar perdido,
sem saber como começar. Numa gig onde você vai tocar uma música que você não
conhece a melodia ou não estar familiarizado com a linguagem, é interessante
ter uma ferramenta pra iniciar seu solo ou improviso. Dando uma pesquisada no
meu material de estudos, achei poucas coisas que me ajudassem nessa tarefa de
forma simples e objetiva, a maioria traz frases prontas,idéias de licks, solos
dos mais diversos estilos, escalas, arpejos. Isso tudo funciona, mas demora
para agregar algum coisa, demora a dar o resultado esperado. Tudo é extremamente
útil e necessário ser estudado, o que vamos estudar aqui é só mais uma das
inúmeras ferramentas que podemos usar, não se prenda só a isso, como eu falei,
o intuito é apenas saber por onde começar.
Primeira consideração que devemos fazer é que nunca é demais
ter conhecimento total do campo harmônico maior e menor (Escala Menor Natural e
Harmônica). Esse é um ponto indispensável para um bom improviso, porque a
sonoridade que vem da escala e seus intervalos peculiares é que dão um “sabor”
ou sonoridade ao improviso.
Segundo ponto é desenvolver o estudo do material apresentado
mesclando com o que você já usa e domina (Exemplo polirritmia).
O mais difícil ao improvisar é achar algo para tocar sobre
as mais variadas progressões de acordes, algo que se encaixe bem sobre elas e
que tenha uma sonoridade boa. Lógico, que improvisar assim como qualquer coisa
dentro dá música é uma coisa bem subjetiva, o que parece soar bem para uma
pessoa pra outro músico não soa. Então o objetivo aqui também não é impor um
estilo de improvisar.
A primeira coisa que o improvisador deve ter em mente é qual
escala usar para determinado tipo de acorde. Calma, a principio não é para sair
desesperado tentando decorar todas as escalas de uma hora pra outra, se não o
fizemos até agora, não é a partir desse momento que vamos fazer, embora seja
muito importante e primordial aprender, ter “debaixo do dedo” tudo. Mas um
conhecimento harmônico e da estrutura intervalar da escala ajuda muito.
Estruturas Melódicas:
Separei um grupo de quatro notas para cada tipo de acorde
(maior e menor), para o primeiro obedeci
a seguinte lógica: peguei a escala maior, dei saltos de quintas a partir de C e
formei a seguinte seqüência C-G-D-A-E, reorganizando-os trazendo para saltos
menores fica da seguinte forma C-D-E-G-A, eis aqui a escala pentatônica maior,
como a nota A (lá) é relativa menor de C (dó), usei para começar outra
estrutura e a tirei da primeira, formando a seguinte estrutura A-C-D-E-G, tendo
assim uma escala pentatônica menor, assim como fiz com a estrutura maior, tirei
também a última nota. Então, aqui está a origem da escolha das notas para
formar o que chamamos de estrutura melódica. A partir daí para todos os acordes
maiores usaremos os seguintes intervalos: 1-2-3-5 e para os menores: 1-3-4-5.
Para os demais tipos de acordes também usaremos a mesma lógica, como por
exemplo, A7(b9): 1-2-3-5, igual ao estrutura para acorde maior só que com a
segunda menor, para o acorde Bm7(b5): 1-3-4-5, igual a estrutura formada para o
acorde menor, só que com a quinta diminuta.
A ideia chama estrutura melódica por tentar criar justamente
o uma estrutura, encadeando melodicamente a harmonia, fazendo uma ligação entre
os acordes.
No Exemplo 2, já temos uma harmonia um pouco mais elaborada
e a transição entre os acordes acaba sendo tão elaborada quanto a harmonia,
perceba as terças, quintas diminutas e segundas menores nos acordes que tem
esses intervalos.
Voltando aos posts, espero estar ajudando as pessoas que acompanham e que eventualmente visitam meu blog de alguma forma.
Hoje o post fala um pouco sobre Country e Bluegrass, os dois estilos se confundem um pouco, mas o grande mérito do Bluegrass é ser uma música mais tradicional, mais rural, ser executada essencialmente por instrumentos acústicos e carregar traços da música britânica, outra característica bastante marcante é que como no Jazz, os instrumentos se revezam nos improvisos. Já o Country é a mesma coisa, só que o termo é mais genérico. Aqui eu separei as coisas em duas partes para ficar melhor de assimilar, a parte do bluegrass, cujo frases são tão complexas quanto a do Country porém a execução é no violão, já o solo Country é executado na guitarra com as técnicas pertinentes ao estilo.
Uma dica, quem puder adquirir o livro: Frailing the Guitar Book, é uma boa pedida pra quem quiser se aprofundar. Para ouvir: vale a pena conferir o Conjunto Bluegrass Porto-alegrense, pra ser sincero, ainda não tive a oportunidade de comprar um cd deles, mas basta procurar vídeos deles no youtube e dá pra sacar um pouco da sonoridade.
Vamos pra parte pratica do post.
Esses dias estava estudando um pouco de guitarra country e violão, aí surgiu a ideia de gravar um Standard da Música popular americana que ainda no século XIX virou um hino tradicional evangélico nos EUA para assimilar melhor a linguagem do estilo e as técnicas.
Técnica:
A técnica utilizada é a palhetada hibrida, que consiste em tocar com a palheta e os dedos da mão direita para ajudar na tocabilidade. Nos dois primeiros compassos a técnica é utilizada, podendo ser utilizada até o fim, se assim você desejar. Começamos com uma nota de passagem, bem rápida para não soar "fora", com a palhetada para baixo ligando C# a D na quinta corda na sequência já uso os dedos MÉDIO e ANELAR da mão direita depois alterno entre a palhetada para baixo e o dedo anelar até o fim do segundo compasso, outro aspecto, agora não sobre técnica, é enxergar a formação dos acordes dentro das melodias, isso facilita bastante o trabalho e assimilar a linguagem. Outra parte que deve ser observada é a ideia de continuidade no solo, as frases não são simples licks elas tem uma ligação rítmica e melódica. Uma das características do estilos é deixar soar as notas principalmente as terças, ou como nos dois primeiros compassos, as mesmas notas quando tocadas em cordas diferentes e as notas subsequentes, segundas, terças, etc até completar a ideia melódica. Auxilio didático: VÍDEO (Kiko Loureiro)
Feliz Ano Novo pra todos.
Em breve mais posts, logo logo também posto um vídeo sobre o post anterior e se pintar alguma dúvida deixa um comentário que eu respondo e posso até postar um vídeo pra auxiliar com sua dúvida.
sábado, 24 de dezembro de 2011
FELIZ NATAL A TODOS!
Que Deus continue lhes abençoando ricamente e que estejamos sempre lembrado do sacrifício vicário de Cristo, que mesmo sendo o dono da prata e do ouro, veio a este mundo e nasceu numa manjedoura e que morreu na circustância mais humilhante para a época e isso tudo para que tivéssemos vida e vida abundante.
A
intenção desse post é ajudar com uma abordagem única para a harmonia, melodia e
conceitos para improvisação, para que possamos abrir nossas mentes para outros
limites musicais, levando-nos a lugares inesperados.
O solo
a seguir é uma pequena amostra de como cominar algumas escalas e elementos da
música oriental familiarizando-as com a música ocidental, contextualizando-as e
trazendo uma sonoridade mais rica para o Jazz Fusion, ou criando uma nova fusão
com a música oriental (World Music).
Se você
observar as escalas que iremos explanar a seguir notará que as escalas
descritas como menores incluem intervalos com terça maior, o que quebra a regra
de não misturar terças menores e maiores em uma escala maior. Isso abre um
caminho enorme para novos sons, se estudarmos essas escalas nota por nota você
irá perceber um cromatismo bem particular. Ao invés de sair por aí aprendendo
um monte de escalas novas, vamos descobrir a nota ou intervalo que faz com que
cada escala tenha um som menor original.
Algumas
escalas:
Menor:
1 – 2 –
b3 – 4 – 5 – b6 – b7
Ousak
(Modo Frigio):
1 – b2
– b3 – 4 – 5 –b6 – b7
Menor
Harmônica:
1 – 2 -
b3 – 4 – 5 – b6 – 7
Niavent:
1 – 2 -
b3 – #4 – 5 – b6 – 7
Sabah:
1 – 2 -
b3 – b4 – 5 – b6 – b7 – 7
Kiourd:
1 – b2
– 2- b3 – 4 – b5 – 6 – b7
Desta
forma, ao improvisar tenha sempre em mente a escala menor natural e vá
adicionando as notas diferentes das outras escalas.
Em
breve postarei um vídeo para ficar mais simples de pegar a ideia do
exemplo.
Você
pode sugerir assuntos a serem abordados aqui e tirar suas dúvidas também, basta
enviar um e-mail para:
g3unite@gmail.com
Fiquem
com Deus e bons estudos.
Dicas de apreciação musical: Checar a música tradicional de países como: Grécia, Turquia, Bulgaria, Sérvia, Armenia, Iraque, Síria, Marrocos ou Argélia, música Israelense e Egípicia. Ouvir guitarristas como John Ambercombrie e John McLaughlin dentre outros. Escutar o repertório gravado em Alaúde, o cd The Hours of Separation de Joseph Tawadros é uma boa pedida.
Vou dar inicio a esse meu novo blog, que irá falar um pouco de estilo, performace, técnicas de vários guitarristas e vez ou outra adaptar a linguagem de outros instrumentos a guitarra.
Começaremos pelo guitarrista que eu mais gosto: Scott Henderson, no vídeo abaixo, segue um lick no estilo dele, algumas explicações e o playback pra você executar junto.
Para receber a transcrição do conteudo do vídeo basta mandar um e-mail para g3unite@gmail.com.